sexta-feira, 20 de março de 2015

Apesar de alguns equívocos “Vitória” chega ao fim com show de atuações


Chegou ao fim na noite dessa sexta-feira (20﴿ com um total de 208 capítulos no ar, 38 a mais que o previsto, o último episódio de “Vitória”, novela de autoria de Cristianne Fridman e direção geral de Edgard Miranda, que a partir da próxima segunda-feira será substituída pela produção bíblica “Os Dez Mandamentos”, escrita por Vivian de Oliveira e com direção geral de Alexandre Avancini, às 20h30, novo horário de novelas da Record.

Longe de ser o melhor trabalho da autora Cristianne Fridman no canal, onde está desde 2005 quando foi colaboradora na novela “Essas Mulheres” de Marcílio de Moraes, “Vitória” deixou a desejar em alguns aspectos se comparada a tramas de sucesso da respectiva autora como as consagradas “Chamas da Vida” e “Vidas em Jogo”, mas também teve lá seus méritos.

Marcos Pitombo e Juliana Silveira como Paulão e Priscila,  vilões de "Vitória"
Entre os grandes desafios enfrentados pelo folhetim estiveram a saída conturbada do ator Dado Dolabella que perdeu contrato fixo com o canal após se envolver em uma polêmica, afastando-se da novela, mesmo após já ter gravado algumas cenas. Contratos também foram empecilhos para a autora quando o assunto foram os excelentes atores Augusto Garcia e Marcos Pitombo, ambos foram obrigados a deixarem a trama com os seus personagens em pleno ápice, devido o encerramento do contrato que ambos mantinham com o canal. A saída não esperada do ator Heitor Martinez que foi remanejado para o elenco da novela bíblica “Os Dez Mandamentos”, também teve de ser contornada rapidamente.

Sem dúvida alguma um dos grandes equívocos da trama foi a falta de gás entre o casal protagonista. A impressão que boa parte do público teve foi que após a mocinha Diana descobrir que Artur não era seu irmão de sangue, o desfecho se encerrou ali e eles passaram a ser tratados como coadjuvantes ao longo da novela, tendo algum destaque entre uma cena e outra. O triângulo amoroso previsto para esquentar a novela entre Artur (Bruno Ferrari﴿, Diana (Thaís Melchior﴿ e o então advogado de bom caráter Rafael (Rodrigo Phavanello﴿ não vingou, levando inclusive o ator a ser afastar. Sabrina, vivida pela exímia atriz Rafaela Mandelli talvez seria uma ótima opção de triângulo amoroso entre os protagonistas como torciam muitos fãs nas redes sociais.

O brilhante Gabriel Gracindo  como Iago executando Ciça de Roberta Valente
O excesso de mortes foi outro ponto negativo, deixaram a trama de forma trágica atores como Eduardo Pires, Pedro Caetano, Zeca Gurgel, Antonio Grassi, Patrycia Travassos, Augusto Garcia, Roberta Valente, Créo Kellab, Marcos Pitombo, Raphael Montagner, Jonas Bloch, entre outros. Com um elenco de peso “Vitória” foi sendo moldada constantemente, exigindo assim jogo de cintura por parte da autora e da direção, que não conseguiu dar o destaque devido a todos os personagens da trama. “Nesta novela não tive condições de dar a alguns nomes a trama que mereciam”, ressaltou a atriz em uma entrevista recente. Nomes como Leonardo Vieira, Luciana Braga, Ricky Tavares, Beth Goulart, Letícia Medina, Rodrigo Phavanello e Paulo César Grande, em poucos momentos conseguiram sair da sua zona de conforto, aonde se mantiveram em boa parte da novela.

O grande destaque do folhetim ficou por conta da ação social promovida por temas atuais e de grande apelo popular como o Mal de Alzheimer, o alcoolismo e o trabalho infantil. A novela ainda revelou grandes talentos como os atores Pablo Mothé, Ricardo Ferreira e Camila Avancini, que mostraram a que veio. O folhetim serviu também para carimbar a excelente fase de Juliana Silveira, Gabriel Gracindo, Rafaela Mandelli, Roberta Gualda, Lucinha Lins e Raymundo de Souza, que arrebentaram e vem se mantendo como algumas das maiores estrelas da teledramaturgia da emissora. No quesito audiência “Vitória” termina com uma média geral de 6 pontos, mesmo índice alcançado por sua antecessora “Pecado Mortal” de Carlos Lombardi. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário